segunda-feira, 12 de outubro de 2009

MARCELO ROQUE, PABLO NERUDA, GLÓRIA KREINZ..FOGOS NA NOITE ESTRELADA, INCÊNDIO NA FAVELA JAGUARÉ.



Foto Estadão-Incêndio da Favela Jaguaré
Difícil viver com sentimentos contrários...E o incêndio da favela nos joga na contradição...O que fazer diante do que sangra em nós e é fogo? Marcelo Roque e Pablo Neruda conosco, ajudando nossa solidão/contradição:

SANGRAR
Que os meus versos
possam romper o hímen das noites
fazendo-as sangrar seus silêncios
sobre os nossos lençóis
Marcelo Roque



QUERER

Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.
Pablo Neruda
Postado por Glória Kreinz às 10/12/2009 11:02:00 PM 1 comentários Links para esta postagem

terça-feira, 25 de agosto de 2009

"HOMOS", POESIA DE MARCELO ROQUE E “HOMO ARTISTICUS”, ARTIGO DE MARCELO GLEISER : Glória Kreinz Divulga

Se a natureza cantava, os homens queriam cantar também [Marcelo Gleiser]

Marcelo Roque
De tão aventureiro que sempre fui,
entre vales,
montanhas e mares,
de mim mesmo,
me perdi
E quando finalmente me reencontrei,
nas distantes e gélidas terras além savanas,
não mais me reconheci;
afinal,
já não eram meus aqueles olhares,
aquele corpo,
e tampouco os sonhos
E foi desde então,
que me deixei definitivamente para trás,
e passei a caminhar sozinho,
rumo ao imprescindível,
e inevitável destino de todo ser;
o desconhecido ...



Por volta de 40 mil anos atrás, um acontecimento ocorrido na
Europa, veio transformar, definitivamente, a história do homem
em nosso planeta
Foi a chegada neste continente, daquele que seria, o ancestral
direto de toda a humanidade; o "homo sapiens"
Até então, por cerca de 300 mil anos, a Europa foi o que podemos
chamar de "eldorado" de uma outra espécie de homem, o "homo neanderthalensis", ou homem de Neanderthal
Suas caracteristicas físicas, estavam perfeitamente adaptadas
as condições climáticas daquela região, onde as temperaturas
podiam chegar a mais de 20 graus abaixo de zero
Os sapiens, por sua vez, não estavam fisicamente tão bem adaptados
ao clima, porém, por razão de suas enormes capacidades inventivas,
demonstradas através da fabricação de seus instrumentos de caça
e sobrevivência, eles conseguiram não só se estabelecer, como
também, levar em relação aos neanderthais, vantagens na obtenção
de alimento e na disputa territórial
E com uma escasses cada vez maior de alimento, e tendo seus territórios drasticamente diminuidos, a extinção dos neanderthais,
acabou tornando-se então, inevitável

É importante acrescentar que, segundo os cientistas, tanto os
neanderthais com os sapiens, tiveram provavelmente o "homo erectus"
como ancestral comum
Foram os erectus, os primeiros a migrarem do continente africano
para outras regiões,dando origem assim, ao surgimento de ramificações
do gênero humano tanto na Ásia como na Europa



Domingo, 23 de Agosto de 2009
Homo artisticus

MARCELO GLEISER

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Se a natureza cantava, os homens queriam cantar também
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A Terra tem uma idade aproximada de 4,5 bilhões de anos.

Nossa espécie, o Homo sapiens, apareceu em torno de 200 mil anos atrás, na África. Se concentrássemos 4,5 bilhões de anos em uma hora, nosso aparecimento teria ocorrido há menos de dois décimos de segundo. Somos a presença mais recente neste planeta e nos achamos donos dele. Algo para refletir.

Evidências fósseis e genéticas indicam que grandes migrações da África em direção à Eurásia e à Oceania ocorriam já há 70 mil anos. A fala, parece que tínhamos há pelo menos 50 mil anos. Dos 200 mil anos que marcam a nossa presença na Terra, há apenas 10 mil nós nos organizamos em sociedades agrárias, capazes de se sustentarem com o plantio e colheita regular de espécies de vegetais domesticados.

Certamente, quando essas sociedades começaram a se organizar, alguns animais também foram domesticados.

Antes dessas sociedades agrárias, bandos de homens e mulheres corriam pelas savanas africanas e planícies eurasiáticas à procura de alimentos e abrigo. Os perigos eram muitos, de animais predadores e grupos inimigos a fenômenos naturais violentos, como misteriosos vulcões e terremotos. Para sobreviver, nunca se podia baixar a guarda.

Desde cedo, ficou claro aos nossos antepassados que a natureza tinha seus próprios ritmos, alguns regulares e outros irregulares. A linguagem nasceu tanto para facilitar a sobrevivência dos grupos quanto para imitar os sons ouvidos pelo mundo, de cachoeiras e trovões aos pássaros e os temidos tigres. Se a natureza cantava, os homens queriam cantar também.

Recentemente, foram descobertos os instrumentos musicais mais antigos, flautas feitas de ossos de abutres e mamutes, datando entre 35 mil e 40 mil anos atrás. Os objetos foram encontrados em uma região na Alemanha, provando que não só humanos haviam já saído da África então, como também haviam desenvolvido habilidades musicais e artesanais. Se o vento assobiava ao passar por frestas e galhos, se gotas caiam ritmicamente das folhas, os homens procuravam imitar esses sons, criando os instrumentos capazes de fazê-lo.

Apesar de não sabermos muito sobre os costumes dessa gente, é difícil evitar imagens, talvez um pouco românticas, do que ocorria então. A vida era difícil. Provavelmente poucos sobreviviam além dos 20 anos. Mas imagino que existisse uma abundância enorme de animais nos campos, mares e rios. Pinturas nas cavernas da Europa e da África, algumas datando de mais de 20 mil anos atrás, mostram uma enorme variedade de animais e também de cenas de caçadas e de rituais. Provavelmente grupos se reuniam nas cavernas para comer, dormir e celebrar uma boa caça. As pinturas podiam ser tanto ornamentos quanto desenhos ritualísticos que faziam parte de cerimônias religiosas.

Certamente o som das flautas e dos tambores acompanhava os rituais, talvez até na tentativa de imitar os grunhidos dos animais e os sons do ambiente natural onde viviam.

A música e a pintura não eram as únicas expressões artísticas dessas sociedades ancestrais. A escultura também. Figurinos conhecidos como Vênus do Paleolítico, datando de mais de 25 mil anos, mostram o corpo de mulheres bem dotadas de estrogênio, provavelmente símbolos de fertilidade. O impulso criativo parece ser tão antigo quanto a nossa espécie.

Do pouco que conhecemos a respeito dos nossos ancestrais, identificamos neles bastante do que somos hoje. A diferença é que eles viviam em comunhão com o mundo -e não em guerra com ele.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Jornalista e Poeta conversam sobre liberdade no 9 de julho

Glória Kreinz divulga: O jornalista Celso Lungaretti e o Poeta Marcelo Roque conversaram sobre o Feriado do dia 9 de julho e a noção de liberdade no Blog Sarau Para Todos. Selecionei parte deste diálogo para este Blog, afim de que possamos refletir sobre a noção de liberdade, sempre presente no NJR/ECA/USP . Glória Kreinz

Eis parte do texto de Celso Lungaretti:

“A esquerda também não associou-se à chamada Revolução Constitucionalista, por considerá-la uma mera disputa de poder econômico entre setores da burguesia. Para os discípulos de Stalin, direitos constitucionais não passavam de perfumaria.

O certo é que a liberdade nunca deu muito ibope no Brasil. Não fosse uma lei que facultou a criação de feriados estaduais, nem mesmo em São Paulo seria reverenciado esse episódio da eterna luta contra o despotismo, que move os melhores seres humanos através dos tempos. Restariam apenas as comemorações melancólicas dos velhinhos remanescentes de 1932.”

Marcelo Roque disse:
Celso, vc é brilhante, como sempre !
Como bem disse, esta tal "liberdade", parece não dar muito ibope por aqui mesmo; talvez pelo fato de nosso povo, nunca ter sentido sequer o seu aroma mais longínquo! Parabéns por ser um destes, que ostentam gloriosamente, a suada bandeira da indignação!

Abraço !

Marcelo Roque

Celso Lungaretti respondeu:

Marcelo,

eu sou muito sensível a isso por ter pertencido à Geração 68, provavelmente a mais libertária de todos os tempos no Brasil.

Então, percebia bem a rejeição com que éramos então recebidos nos Estados menores; o repúdio que foi se cristalizando mais tarde mesmo em grandes centros; e a obstinação rancorosa da esquerda em combater o "legado de 1968".

No meu livro eu conto como despertou polêmica a minha sugestão de colocar num jornal alternativo, feito na ECA/USP, um texto sobre a efeméride: 10 anos do maio de 1968.

Ora, jornalisticamente tinha tudo a ver. Mas, as tendências esquerdistas uspianas queriam passar uma borracha em cima de nossa primavera.

Um forte abraço!

Observação: O livro citado por Lungaretti é NAUFRAGOS DA UTOPIA

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O poeta Marcelo Roque e a sua preocupação com educação/infância, em texto e poesia

EDUCAÇÃO/INFÂNCIA/INVESTIMENTO

"Amor que é amor,
se faz presente em qualquer tempo"

Marcelo Roque

Infâncias estão sendo perdidas tanto aqui, como em países, onde crianças desde muito pequenas, já são treinadas para pegarem em armas !
Isto é um absurdo !!!
Estes jovens são castrados em suas capacidades de discernimento em relação ao mundo em que vivem !!! Estamos plantando assim, uma sociedade cada vez mais de "massa"; de indivíduos incapazes de saber o que é bom ou ruim para eles próprios; de saber se estão sendo explorados ou não; E não devemos esperar a interferência de nenhum governo para mudar esta situação, cabe à nós, pais, irmãos, avós, filhos, enfim ... todos aqueles que enxergam esta tragédia, tentar à partir do núcleo familiar, (seja de nossa família ou não), lutar contra esta barbárie !
Devemos começar por nossas casas, unir forças com comunidades de bairro, exigir a ação dos governos; Brigar por investimentos maciços na área da educação, das artes e cultura !!!
É claro que nadar contra a maré, por vezes, não é nada fácil, mas, é bem melhor do que viver aos sabores dos ventos da ignorância !!!

Triste realidade:

Pedofilia


Escondida entre pelúcias
bonecas
e lençóis
ela só quer dormir tranquila
e quem sabe
até sonhar
o quão bom seria
se tivesse nascido criança


Marcelo Roque



SÓ O AMOR PODE SALVAR: GLÓRIA kREINZ

AMAR


Quem amou,
não amou
Porque amar não se conjuga no passado,
amor não fica para trás,
não pára no tempo
Amor que se amou,
não é amor,
pois,
o verdadeiro amor
não conhece o passado e nem o futuro
Amor que é amor
se faz presente em qualquer tempo ...

Marcelo Roque

Abaixo, um trecho da reportagem do Globo Repórter, de 27 de Abril de 2007, que trata sobre o atual panorama da educação no Brasil.